Cristiéle Borgonovo
Luiz César Peixer, 36 anos, nasceu em Florianópolis e retornou para São João Batista, terra natal dos pais, aos 16 anos. Especialista em montagem de calçados, ele e a esposa, Francineide Cardoso David Peixer, 33, atuam juntos no ateliê de montagem que fundaram há cinco anos.
Ele conta que o primeiro emprego foi colando etiquetas em sacos de açúcar em uma refinaria na cidade de Navegantes, no litoral norte de Santa Catarina. Aos 16 anos, mudou-se para São João Batista, onde teve o primeiro contato com o universo calçadista
O primeiro trabalho na cidade foi na extinta fábrica de calçados Século XXX, onde começou montando caixas de sapatos. Com determinação e vontade de crescer, passou por vários setores, como limpadores de calçados, conserto de pares com defeitos, grampeador de palmilhas, lixador de bicos e solador. Dessa forma, especializou-se no setor de montagem. “Na Século XXX trabalhamos com calçados de couro, foi um período de muito aprendizado. Lá foi onde aprendemos sobre o universo do calçado”, relata Luiz, que trabalhou na fábrica por quatro anos.
Depois, seguiu para a Extravasa Calçados, onde começou logo na fundação da fábrica e trabalhou por dois anos. Ele acompanhou o crescimento da empresa, que começou com 30 pares por dia e chegou a produzir 1.200. “Silvonei Alexandre, o Dedé, foi meu grande professor lá. Aprendi muito com ele e sou muito grato”, recorda.
Antes de abrir seu próprio ateliê, Luiz trabalhou na Vione por cerca de um ano e meio, até o fechamento da fábrica, atuando como montador.
Há cinco anos, ao lado da esposa, deu início às atividades no próprio negócio. “Trabalhávamos em uma salinha pequena com máquinas cedidas pela fábrica para a qual prestávamos serviço”, lembra. Com o tempo, o casal foi adquirindo os equipamentos necessários para o trabalho.
Luiz faz questão de mencionar o apoio que recebeu durante a pandemia. Ele havia comprado as maquinás do senhor Jorge Krinsciski e pagava mensalmente, mas com a interrupção da produção, ficou sem condições de honrar os pagamentos. “Fui até ele e expliquei que não teria mais como pagar e que precisaria desfazer o negócio. Mas ele me disse: ‘não, fica com as máquinas, e quando o serviço voltar, você retoma os pagamentos’, e assim fez.
Atualmente, Luiz e sua esposa fazem a montagem, limpeza e embalagem de aproximadamente 600 pares por dia. Com 16 colaboradores, eles se orgulham das conquistas diárias que a profissão de sapateiro