Cristiéle Borgonovo
De acordo com o Vaticano, no Natal de 1223, São Francisco de Assis criou o primeiro presépio da história. Na cidade de Greccio, na Itália, ele reuniu pessoas que representaram o nascimento de Jesus. Segundo o primeiro biógrafo de São Francisco, Tomás de Celano, daquele presépio do Natal de 1223, “todos voltaram para casa cheios de inefável alegria”. A Igreja considera que com a simplicidade daquele gesto, São Francisco realizou uma grande obra de evangelização. Sendo assim, são 800 anos dessa tradição por todo mundo.
Em Nova Trento, cidade que mantem nutrida as tradições italianas, a jovem Maria Cecília Daeneck Voltolini, 19 anos, pela primeira vez montou o próprio presépio, em um espaço todo especial da casa. Da estrela guia à cidade, dos galhos secos às bolas vermelhas, tudo foi pensado para encantar a todos que visitam o local.
A estudante de Medicina Veterinária conta que sempre ajudava a madrinha a montar o presépio. Desde menina sempre cultivou o hábito de visitar os presépios dos amigos, vizinhos, igrejas e conhecidos na época de Natal. “Esse ano foi diferente, montei meu próprio presépio e hoje são as outras pessoas que vem me visitar”, diz.
Ela destaca que primeiro idealizou a cidade ao fundo e contou com a ajuda do pai e da companheira dele. Depois, montou a parte da estrebaria e o caminho percorrido pelos três reis magos até o encontro com o rei dos judeus que nascia; o menino Jesus. “Meu primo, Gabriel Gonzaga, de Brusque, que é excelente em trabalhos artesanais com madeiras, me auxiliou com a construção da estrebaria”, explica. Os elementos da natureza como pedras, flores, musgos, barba de velho entre outros ela teve o apoio do namorado.
Além de fazer parte do projeto Caminhos dos Presépios, a casa da jovem tem um grande fluxo de visitas, pois a mãe atua como massoterapeuta, dessa forma pessoas de diversos lugares podem contemplar o presépio. “Essa é uma tradição no qual pretendo continuar, é algo que já faz parte da minha infância, ano que vem já fico imaginando outras ideias de posicionar as peças, outros detalhes que posso agregar e espero que essa tradição perpetue na cidade”, conclui.