Cristiéle Borgonovo
Marileia Amorim Tomaz, 53 anos, a Leia, é daquelas de sorriso fácil e apaixonada pela profissão que exerce há quatro décadas. Sapateira, desde os 13 anos atua na área. Desse período de dedicação atuou apenas em duas empresas de São João Batista. Foram 20 anos da Delvaz Calçados e, atualmente, há duas décadas é colaboradora da Via Scarpa Calçados.
Sobre o início na trajetória profissional, recorda com carinho da primeira patroa, a Valdecir Sotopietra Giacomelli, a Tita. Iniciou na função de acabamento, onde atuou por dois anos. Depois, seguiu para a preparação. “Como a fábrica era pequena, aprendíamos outras funções. Recordo da modelagem que fazíamos juntas, por eu calçar 35, o meu pé servia de base e fazíamos a modelagem nele mesmo. Muito do que aprendi foi a Tita quem me ensinou, sou muito grata por ter trabalhado com uma mulher como ela, guerreira e conhecedora do universo do calçado, muitas vezes dominado pelos homens”, conta.
Há 38 anos, quando Léia tinha 15 e trabalhava na Delvaz Calçados, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Calçados lançou o primeiro concurso de Rainha do Calçado, atualmente conhecido como Garota do Calçado. Ela conta que o sindicato fez uma reunião e convidou os empresários para participar, dessa forma explicaram que queriam lançar a disputa e valorizar as jovens que atuavam nas fábricas. “Então 17 meninas se inscreveram para participar e desfilaram”, relembra.
Leia conta que tiveram aulas preparatórias, de como desfilar, a andar com salto alto. “Foi uma experiência muito legal e única, para a época, desfilar por uma fábrica pequena em comparação as outras participantes foi marcante e conquistar a colocação de 1º princesa e também a faixa de a mais simpática foi realmente um marco, mesmo sendo naquela época, competir com as grandes, era desafiador”, recorda.
Uma paixão pela profissão
Após duas décadas na Calçados Delvaz começou a trabalhar na Via Scarpa. Atualmente também trabalha há 20 anos, no setor de preparação. “Também tenho um carinho enorme pela Via Scarpa, lugar que tenho muito amigos, um ambiente excelente para trabalhar com um chefe que nos dá oportunidade, além de muita seriedade com os colaboradores”, diz.
Atualmente está afastada das atividades, pois a profissão exercida por 40 anos lhe trouxe um problema no braço causado pelo movimento repetitivo, além de sofrer de fibromialgia.
Foi atuando no calçado que construiu a vida e a família, casada com Rogério Mercionillo Tomaz, o Pato, é mãe de dois, Bruno Amorim Tomaz e Bruna Amorim Tomaz.