Neste domingo, 3, em Brusque, eleitores participaram de nova eleição para definir prefeito e vice do município. A Justiça Eleitoral catarinense finalizou a totalização do pleito às 18h32, que resultou na vitória de Andre Vechi (DC) e Deco Batisti (PL) da coligação “Avança Brusque! Em Defesa da Liberdade!” (Republicanos/PL/DC) para os cargos de prefeito e vice-prefeito, respectivamente. A chapa foi eleita com 27.183 votos, o que representa 40,54% dos votos válidos.
O segundo lugar ficou com a chapa composta por Simas (PP) e Danilo Rezini (PP) da coligação “Unidos pelo Povo, Comprometidos por Brusque!” (PP/PSD/União) com 18.716 votos (27,91%); em terceiro lugar ficaram Paulo Eccel (PT) e Enfermeira Dida Mafra (PSDB) da coligação “De Coração Aberto, Brusque!” (PSDB/Cidadania/PT/PCdoB/PV/PDT/PSB) com 15.679 votos (23,38%); e em quarto Molina do Ari (MDB) e Dr. Osvaldo (Podemos) da coligação A Resposta do Povo (Podemos/MDB), com 5.472 votos (8,16%).
Foram contabilizados ainda 1.396 votos em branco e 1.962 nulos. Ao todo, 95.403 eleitores estavam aptos a votar. O índice de abstenção foi de 26,20%, o que significa que 24.995 pessoas não compareceram ao pleito e precisarão justificar sua ausência em até 60 dias.
Confira o resultado oficial na página da eleição no site do TRE-SC.
O domingo de eleição transcorreu de modo tranquilo nos 49 locais de votação. A grande maioria das ocorrências com urnas eletrônicas foram resolvidas de imediato nas seções eleitorais, com necessidade de quatro substituições por urnas de contingência — número dentro do esperado.
Da 86ª Zona Eleitoral de Brusque, foram substituídas as urnas das seções 11, 77 e 83, localizadas, respectivamente, na Escola Padre Luiz Gonzaga Steiner, na Unifebe e na Escola Izaura Gouvêa Gevaerd. Já na 5ª Zona Eleitoral, foi reposta a máquina da Seção 64, que fica na Escola Padre Teodoro Becker.
As trocas de urna aconteceram por problemas de instabilidade na bateria e falha no teclado. A reposição foi feita prontamente, sem perda de votos ou qualquer prejuízo para o processo de votação.
Ao longo do dia, foi registrada uma única ocorrência policial envolvendo suspeita de transporte ilegal de eleitores. O condutor do veículo foi identificado e autuado, e um inquérito irá apurar o caso posteriormente. “Atendemos a situação rapidamente junto à Polícia Militar para cessar qualquer tipo de irregularidade”, destacou o juiz da 86ª Zona Eleitoral, Edemar Leopoldo Schlösser.
O juiz da 5ª Zona Eleitoral, Maycon Rangel Favareto, ressaltou ainda a celeridade e ordem do pleito. “Foi uma eleição tranquila, com ocorrências corriqueiras, e muito rápida, considerando que se tratou apenas de votação majoritária. Não tivemos formação de filas nem seções que necessitaram de votação em cédula”, avaliou o magistrado.
Aplicativo QRTot registrou resultado de forma rápida e independente
Uma das novidades apresentadas pela Justiça Eleitoral foi o uso da solução QRTot, aplicativo desenvolvido pelo TRE-SC que faz a leitura dos Boletins de Urna por meio da câmera de qualquer smartphone.
A ferramenta já havia sido testada nas Eleições 2022, porém, agora em Brusque, o QRTot fez parte da rotina dos 804 mesários e 168 auxiliares que trabalharam no dia do pleito. Logo após o encerramento da votação, os mesários escanearam o boletim emitido na sua seção eleitoral, permitindo a qualquer usuário acompanhar os dados compilados.
Passados 34 minutos do fim da votação, o QRTot já apresentava o resultado, confirmado mais tarde pela totalização oficial feita por meio das leituras das mídias instaladas nas urnas.
A solução foi pensada e desenvolvida pelo TRE catarinense para compor o sistema de votação como mais uma ferramenta de transparência e agilidade das eleições no Brasil, e que permite a qualquer pessoa constatar a lisura do processo.
O promotor eleitoral da 5ª ZE, Daniel Westphal Taylor, acompanhou a apuração independente e fez uma avaliação positiva da ferramenta. “Toda a população pode ver e qualquer usuário pode ler o boletim. É uma solução muito interessante e que garante mais confiabilidade”, apontou.
Auditoria de integridade abriu o dia de votação
Durante a manhã do domingo, o Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC) iniciou a segunda etapa do Teste de Integridade das Urnas, que atestou o correto funcionamento do sistema eletrônico de votação.
Na sexta-feira (1º), duas urnas eletrônicas que já estavam configuradas para o pleito foram sorteadas para passar pelo teste: Seção Eleitoral 60, da 86ª Zona Eleitoral, e Seção 225, da 5ª ZE.
O sorteio ocorreu no Colégio Cônsul Carlos Renaux, no Centro de Brusque. Alunos voluntários da escola preencheram votos em cédulas de papel depositadas em urnas de lona que, neste domingo, foram abertos e digitados nas duas urnas sorteadas. Ao final, os dados emitidos no Boletim de Urna corresponderam ao resultado exato contabilizado nas cédulas.
A auditoria foi coordenada pelos juízes eleitorais responsáveis pela 5ª e 86ª Zona Eleitoral de Brusque. Os trabalhos foram observados pela procuradora da 86ª ZE, Susana Perin Carnaúba, e por auditores voluntários convidados da Ordem dos Advogados do Brasil de Santa Catarina (OAB-SC), os advogados Ana Rosa Lebeck, Elison Michel Fischer e Paulo Roberto Amado Júnior.
Todo o procedimento no domingo foi transmitido no canal do YouTube do TRE-SC, e aconteceu em ambiente aberto da escola, que concentrou os trabalhos da Justiça Eleitoral durante o fim de semana, desde as auditorias até a própria totalização e divulgação dos resultados.
O diretor do colégio, Otto Hermann Grimm, agradeceu ao TRE-SC pela escolha da escola como base, que também recebeu palestras, demonstrações práticas e uma exposição de 90 anos do Tribunal. “Para nós foi uma grande oportunidade de receber a Justiça Eleitoral e deixar que as eleições transpareçam toda a sua legalidade, mas de uma forma muito prática e simples”, disse.
TRE-SC testou ambiente com duas seções eleitorais
Outra medida inovadora experimentada no pleito de Brusque foi a unificação de duas seções eleitorais, ou seja, duas urnas eletrônicas na mesma sala de votação. A ação teve como finalidade aproveitar o mesmo grupo de mesários para orientar duas seções simultaneamente, avaliando a viabilidade desta configuração para eleições futuras.
O teste feito pela Justiça Eleitoral tem base em uma tendência histórica de redução dos locais de votação na contrapartida do aumento das seções eleitorais. Nos últimos 10 anos, enquanto o número de locais de votação em Santa Catarina caiu 14%, a quantidade de seções cresceu 14%.
Além disso, a medida visa poupar a infraestrutura dos colégios que recebem os eleitores, para que a votação aconteça, cada vez mais, de forma pacífica e ordenada.
O diretor-geral do TRE-SC, Gonsalo Agostini Ribeiro, conta que o retorno da experiência foi positivo e que a forma de condução das atividades nas seções ficou mais leve e fluída.
Pesquisa de opinião ouviu mesários e eleitores
Ainda com o objetivo de aperfeiçoar o processo de votação e apuração, a Ouvidoria do TRE-SC promoveu a pesquisa de opinião Escuta Ativa, um questionário aplicado com cerca de 400 eleitores e com todos os mesários.
A pesquisa ouviu os eleitores sobre questões como grau de confiança no sistema, qualidade do atendimento e tempo de espera em fila, além de acessibilidade, sinalização e organização dos locais e seções.
Em relação aos mesários e auxiliares, foram coletadas as impressões sobre a experiência de trabalho de maneira geral, o valor do benefício-alimentação, a qualidade do treinamento e dos materiais e, também, o grau de confiança no sistema eletrônico de votação.
O levantamento é um empenho do TRE de Santa Catarina para identificar formas de atender melhor todos os envolvidos no processo eleitoral.
Neste sentido, já no pleito de Brusque, um folder informativo foi produzido e disponibilizado aos mesários como um material consultivo para facilitar a rotina de trabalho ao longo do dia.
O disque-eleitor também funcionou em regime de plantão e atendeu cerca de 350 ligações durante o sábado e o domingo.
O diretor-geral do TRE-SC, Gonsalo Agostini Ribeiro, fez um balanço positivo dos experimentos de inovação em Brusque, em especial da centralização dos trabalhos na escola. “A transparência que foi empregada aqui, trazendo todas as ações da Justiça Eleitoral para um ambiente público, facilitou, deu visibilidade e ampliou a lisura de todo o processo”, reforçou.