Hygor Germano – 9º ano
Conflitos se tornaram iminentes, quando da chegada dos europeus em terras indígenas as margens do rio Tijucas. Na antiga Colônia, havia um grupo habitando determinados territórios e outros se instalando neles ao mesmo tempo, o que levaram europeus e indígenas a uma situação litigiosa pela posse das terras. Sobre o assunto, conta-se muitas histórias sobre um caçador de “bugres”, conhecido como Martinho Bugreiro.
Martinho foi morador, por poucos anos, de Boa Vista, hoje Tigipió, e atuou em uma verdadeira guerra contra povos indígenas em todo o interior de São João Batista e em muitas cidades vizinhas, mas também na serra catarinense e no Vale do Itajaí. O incentivo desde o governo imperial motivou matanças como forma de liberar as terras ocupadas por “índios”, para fixação de imigrantes que estavam se integrando a sociedade nacional.
Em Tigipió, uma família de colonos que possuía terras próximas à morada de Martinho, certa vez, como de costume, saiu para o trabalho na roça, deixando sua filha mais jovem para fazer serviços domésticos. Alguns “índios”, que habitavam terras mais aos fundos da localidade de Arataca, que constantemente fugiam das investidas do caçador de “bugres” e seu bando, notando a jovem sozinha, resolveram levá-la, provavelmente em forma de vingança as mortes causadas por meio de ordens de colonos. Na fuga, a jovem conseguiu deixar um rastro de panos, partes de seu vestido.
Quando da volta de seus familiares da roça, sentiram sua falta, e procuraram Martinho Bugreiro para que os acompanhassem em uma busca pela garota. No caminho perceberam os pedaços de pano que a jovem deixara e seguiram o seu rastro. Mais tarde, no meio da noite, encontraram o local onde os “bugres” estavam. Escondidos, podiam escutar o barulho de suas cantorias. Ao chegarem, mais perto, viram uma fogueira e muitos indígenas cantando e dançando ao redor da jovem moça, então, esperaram até os “bugres” adormecerem. Quando Martinho Bugreiro percebeu ter segurança, resgatou a moça. Dias depois, Martinho e seu bando retornaram ao acampamento e de surpresa, ao cair da noite, “passaram” todos a facão. Às vítimas não tiveram a menor possibilidade de fuga.
Martinho Marcelino de Jesus se tornou o mais célebre exterminador de “bugres” que se tem notícia em Santa Catarina, e seu grupo de caçadores de indígenas, se tornou uma espécie de esquadrão da morte, reconhecido positivamente por muitos, pelos seus feitos durante a colonização europeia.