Beatriz Peixer – 9º ano
Desde o começo da colonização, nos tempos do início da Colônia Nova Itália e da Fazenda Boa Vista, os italianos empreendiam, com auxílio de caboclos, no interior de São João Batista. A partir de 1837, já fabricavam farinha de mandioca, açúcar e tocavam serrarias. Produziam e faziam circular muitas mercadorias, por meio do comércio com regiões vizinhas.
Muitos engenhos foram instalados ao longo do século XIX, mas foi praticamente um centenário depois, que o açúcar virou o principal produto para a indústria e comércio em São João Batista. Emilio João Sardo foi um dos muitos proprietários de engenhos no distrito de Tigipió, produzindo o tão valioso açúcar, mas também farinha de mandioca. Além disso, o descendente de italianos, também possuía uma tafona e uma serraria, todos movidos pela força d´água.
Os empreendimentos movidos por roda d’água utilizavam a energia hidráulica, geralmente aproveitando o curso de um ribeirão, para o aumento da produção. Emilio trabalhava muito, junto aos seus oito filhos, lucrando, mas também sendo um dos maiores pagadores de impostos na Coletoria de Tigipió.
No início dos anos 1940, Sardo prosperava na antiga Colônia, muito mais que os proprietários que dependiam da energia de bois para tocarem seus negócios. Seu engenho de açúcar produzia de abril a dezembro. Entre janeiro e março não fabricavam, pois a variedade de cana utilizada não possui doçura nessa época do ano. Muito do que era produzido, inicialmente era comercializado onde as águas por onde era transportado, encontravam o oceano, na foz do Rio Tijucas, junto ao comércio de Benjamim Galotti.
Em 1946, São João Batista, ainda pertencente a Tijucas, começa a ter funcionando em suas terras, a usina Francisca Galotti, depois Usati, que absorvia a produção agrícola dos colonos. Atraídos por propostas dos empresários proprietários da usina, muitos deixaram seus engenhos e passaram a se dedicar somente a cultura da cana, produzindo açúcar tradicional, agora só para o próprio consumo.
Valério Gomes e seus associados iniciaram uma grande empresa, que apesar de passar por várias crises ao longo de sua história, foi uma potência estadual. Apesar disso, sua instalação, significou o desaparecimento da grande maioria dos engenhos artesanais de São João Batista e região.