A Fundação Batistense de Esportes (Fube) confirmou, na tarde de segunda-feira, 13, que a edição de 2023 do Campeonato Municipal de Futebol de Campo de São João Batista terá Osmar Rabello dos Santos como homenageado. Falecido em 2002, Seu Osmar era apaixonado pelo esporte e, por quase dez anos, foi o responsável pela manutenção do Estádio Valério Gomes Neto, inclusive morando dentro de uma casa de madeira que existia no local durante o período.

Nascido na cidade de Angelina, no dia 13 de novembro de 1921, ele, quando ainda era adolescente, veio com os pais – Luciano dos Santos e Nazaret Rabello dos Santos – morar em São João Batista, mais precisamente na localidade da Arataca. Lá, conheceu Maria Ouriques dos Santos, com quem se casou e teve dez filhos. A união resultou também em 13 netos e 10 bisnetos.

Na Arataca, o casal trabalhou na roça por muitos anos até que, em 1º de novembro de 1963, Seu Osmar ingressou na Usati. Como operário, passou por diversos setores, mas acabou se destacando mesmo na tafona de milho. Tanto é que, por conta disto, ficou conhecido como “Osmar da Tafona”. Trabalhou na empresa até se aposentar, aos 65 anos.

Até então, tinha no futebol apenas um hobby, em que acompanhava, como torcedor, especialmente os jogos do Santos Futebol Clube em âmbito nacional e do Usati Futebol Clube em âmbito local. Logo após se aposentar, no entanto, ele recebeu um convite muito especial por parte da presidência do Usati: ser zelador do Estádio Valério Gomes Neto.

Sem gostar de ficar parado e muito disposto, Seu Osmar aceitou o desafio. Junto com a família, mudou-se para uma casinha de madeira que ficava dentro do Estádio. Ao lado da esposa, era responsável por toda a manutenção do campo. Cuidavam, também, da rouparia das equipes que lá jogavam.

Conforme relatos, Seu Osmar era muito organizado com os uniformes de cada jogador, sempre os separando pelo número da camisa, meia e chuteira de cada um. Sempre com muita retidão, Seu Osmar cobrava uma postura adequada de todos aqueles que frequentavam o espaço que tinha a missão de cuidar, sem levar em consideração quem era rico ou pobre.

Os laços da família com o futebol eram tão grandes que até mesmo alguns dos netos participavam dos jogos como gandulas ou vendendo amendoim para a torcida. Dois dos netos – Osmar Cesar dos Santos (Nani Piriquito) e Hariton Ceccato (Maninho do Tajuba) –, em especial, herdaram o amor do avô o amor pelo futebol e passaram a jogar nos campeonatos municipais.

Em 1995, aos 73 anos, Seu Osmar decidiu que era hora de descansar e encerrou seu período como zelador do Estádio Valério Gomes Neto. Foi, então, morar no bairro Carmelo, onde residiu até falecer, em 9 de junho de 2002.