Ana Karoline Andrade Heck – 8° ano
Bento e Sebastiana, muito jovens se casaram, e iniciaram uma vida dedicada ao trabalho, muitas vezes para subsistência. A história do casal se confunde com a de muitas famílias que sozinhas procuraram se manter firmes em meio às dificuldades nas terras da antiga Colônia. Suas vidas foram dedicadas por 25 anos à agricultura, plantando fumo e aipim para sustentar a família, só parando devido às doenças causadas pelo trabalho duro na roça.
Doentes ou não, precisavam de outra atividade que rendesse algum dinheiro para sobreviverem. Resolveram produzir, de forma artesanal, bolos, roscas, pão de fubá, cuscuz, pamonha entre outros produtos caseiros, típicos entre o povo da roça. O casal ia até o Centro de São João Batista para vender o fruto de seus trabalhos. Botavam os produtos embalados em uma caixa na carroceria de uma Pampa, o carro que usavam pra se locomover. Bento era muito bom com vendas, batendo de porta em porta pela cidade.
De vida muito simples, o casal desde sempre, usava um velho rancho em seus afazeres na companhia de seus dois filhos. Um local que no início, lá em 1971, era uma estufa de fumo, agora vira uma cozinha improvisada. Com o sucesso dos produtos culinários do casal, conseguiram arrumaram o velho rancho, botando pia e um forno, que com capricho Bento construiu com tijolos, barro e cimento.
Passaram-se alguns anos, e as doenças causadas pelo trabalho na roça voltaram a castigar o casal, que precisou parar novamente. Depois disso, até se aposentarem, produziram estopas para sobreviver. Bento e Sebastiana só pararam sua luta, quando o destino levou o homem. Do rancho que simboliza essa vida que se confunde a de muitos casais, só restam ruínas, e muitas lembranças, que a mulher, ainda viva, guarda em seu coração.