Marcia Peixe
A partir de atuação junto ao comércio da cidade no ramo elétrico e de oficina, João Carlos Lois, 55 anos, passou a ser conhecido como João da JP. Para chegar ao empreendimento que hoje possui ao lado do sócio, Pedro Cipriani, a Casa Elétrica JP, sua trajetória profissional foi marcada pela atuação na Usati – Usina de Açúcar Adelaide e Tijucas – , principal fonte de renda dos batistenses no período de 1944 até 1991.
Filho de operários da Usina, João Lino Loze Maria das Neves Azevedo Loz, seguiu os passos dos pais, e, aos 18 anos, ingressou no setor de manutenção, responsável por rebobinar os motores elétricos. “Naquela época, haviam poucas opções de trabalho, então meu pai conseguiu uma vaga, e eu fui trabalhar lá também”, recorda. João conta que tinha não experiência na área, porém, foi aprendendo com o encarregado do setor, José Andreghetoni. “Ele me ensinou tudo na prática, desmontávamos e montávamos tudo até o equipamento voltar a funcionar. Era uma atividade de muita responsabilidade”, acrescenta.
Foi nesta função que João desenvolveu conhecimentos e habilidades técnicas. “Íamos fazer cursos de aperfeiçoamento profissional em outras cidades, investia-se muito para isso”, destaca João. Com o passar do tempo, ele passou a ser chamado para fazer trabalhos fora do expediente e isto tornou-se um extra.
Com o anúncio do fechamento da Usati, João ficou desempregado durante um e meio ea alternativa foi fazer bicos nas mais diversas áreas: servente de pedreiro, pintor, eletricista, aquilo que aparecia. “Foi um período difícil, eu já era casado, tínhamos que nos sustentar”, relembra. Logo após, foi contratado para trabalhar na Instaladora Elétrica e Hidráulica Acris, um empreendimento já consolidado na cidade na cidade, do senhor Airton José Ramos, o Ito. “Lá comecei outro desafio: atender as pessoas. Apesar de já entender da área, eu trabalhava sozinho, não frente a frente com os clientes”, enfatiza.
Na Instaladora, atuou por três anos e conheceu seu sócio, Pedro Cipriani, que já trabalhava no local há 19 anos. Com a amizade, começaram a fazer serviços autônomos fora do expediente e João encorajou-sea sair do emprego para junto com o amigo montar o negócio próprio. “Eu sai primeiro, tinha apenas 25 anos e minha esposa Angela, me incentivou, apesar de muitos familiares e amigos considerarem uma loucura”, diz. Então, João iniciou com a oficina e a loja, e, mais tarde, Pedro também saiu da instaladora para atuar junto com o sócio. Atualmente, além de João, os filhos Paulo Ricardo e Luiz Fernando atuam na empresa. “Sou muito grato a todos que acreditaram e ainda acreditam em nosso trabalho, especialmente as pessoas mais simples”, ressalta.
Chamado a servir
Além de sua atuação profissional, há oito anos, João e a esposa Angela, são coordenadores da comissão pastoral paroquial da Igreja Matriz, em São João Batista. Este serviço é prestado de forma voluntária e contempla também a participação de diversos paroquianos. Para João, estar a frente deste grupo é desafiador, mas ao mesmo tempo gratificante. “Iniciamos o projeto da construção do novo salão e agora, estamos quase finalizando, graças a participação do povo batistense”, enfatiza. Já Angela, ressalta que o sentimento é de vitória. “Sempre penso que quando Deus nos coloca em uma missão ele nos capacita”, finaliza.