Todo mundo já teve alguma decepção na vida. Sim, todo mundo. Isso inclui até aquela pessoa que você julga ter uma vida perfeita. Adivinha só? Ela também já se decepcionou com algo, com alguém, com uma coisinha aparentemente boba e sem sentido. Ninguém tem imunidade perante a isso. A decepção surge a partir de onde colocamos expectativas demais, e é nesse ponto que geralmente nos tornamos mais frágeis e suscetíveis.
Depositar fé em algo que pode vir a dar errado é humanamente comum. Não pense que se decepcionar é o maior problema do século 21 ou que nunca mais irá passar por isso, porque você vai. Vai pensar que pode ganhar amanhã na loteria, que aquele relacionamento dessa vez vai dar certo, que a vaga daquele emprego dos sonhos finalmente será sua. Alguns chamam de burrice, outros de esperança. Está tudo bem acreditar que algo será diferente, assim como é admissível que uma criança acredite em contos de fadas ou no Papai Noel.
Nem tudo existe na mesma proporção na mente de cada um. Esperar e não receber é um ciclo composto por mais de uma repetição, porque proporcionalmente vivemos mais de uma vez certas situações. Quem nunca chorou baixinho após ter sido magoado? A mágoa só vem quando a rota é mudada e não somos avisados, o que nos pega de surpresa e causa um possível desapontamento. Em outras palavras, aí está a danada da decepção outra vez. É impossível fugir dela; quer goste ou não, uma hora ela vai te alcançar.
Fingir que nunca passou por ela é como dizer que é um robô altamente programado a realizar somente as funções previstas no sistema. Pode ser difícil, mas não há um ser humano sequer que viva feliz todos os dias ou sempre passou somente por bons momentos. Assim como para ter o sol é preciso ter a chuva, também precisamos da decepção para vivenciar o sucesso.