Em meio à pandemia do coronavírus, outra doença também tem gerado grande preocupação em todo estado de Santa Catarina: a dengue. Neste ano, no Vale do Rio Tijucas, já foram registrados 35 casos confirmados da doença, sendo 34 em Tijucas, e um em São João Batista. Os dados foram atualizados pelas secretarias de Saúde dos municípios na quarta-feira, 22.
A situação que mais chama atenção e traz um alerta à população é em Tijucas, que até 14 de abril eram 17 casos, e em uma semana dobraram.
A responsável pela Vigilância em Saúde de Tijucas, Idarlene Daroci, explica que o primeiro caso na cidade foi notificado em 3 de janeiro, mas o primeiro positivo foi em 2 de março. “No total até agora, somente em 2020, foram 70 casos notificados”.
Ela ressalta que, em Tijucas, há 36 focos positivos do mosquito, sendo 32 em armadilhas e quatro em residências. Eles foram encontrados no Centro e nos bairros Praça, Areias, Universitário, XV de Novembro, Joáia e Nova Descoberta.
Em São João Batista, a secretária de Saúde, Karin Leopoldo explica que o caso positivo notificado no início do ano foi considerado importado, pois o paciente havia viajado para São Paulo e Paraná. “Este ano, até o momento, foram encontrados 12 focos, o mesmo número que tivemos no ano passado todo”, destaca.
Os focos foram encontrados nos bairros Centro (nove focos), Cardoso, Ribanceira do Sul e Rio do Braço com um foco cada um. Desses, 11 foram encontrados em armadilhas e um estava em um recipiente com água, encontrado durante a delimitação de um foco.
Karin explica que as armadilhas, posicionadas estrategicamente, tem o objetivo de atrair as fêmeas para a pôr os ovos e são visitadas a cada sete dias. Mas, havendo água parada e limpa em qualquer depósito, há grande chance do mosquito se procriar.
Em Major Gercino, o Secretário de Saúde, Marcos Marcelino, informa que, neste ano, o município não teve ainda nenhum foco de dengue e nenhuma suspeita.
Ações de prevenção
O Programa Municipal de Controle à Dengue de Tijucas continua com ações de prevenção e informação. Os Agentes de Endemias tiram dúvidas da população e verificam as denúncias que recebem de áreas com possíveis criadouros.
Além disso, contam com a colaboração das Agentes Comunitárias de Saúde que atuam de casa em casa nas áreas de foco. O município também está em processo de contratação, por meio de processo licitatório, de uma empresa especializada em sanitização para aplicação de larvicida na cidade.
O objetivo é fazer uma aplicação de larvicida à base de Diflubenzuron 25% (por Atomização Veicular UBV Aerossol a Frio) em todo o perímetro urbano do município e aplicação de larvicida à base de Diflubenzuron 25% (por Atomização UBV Costal) nos imóveis localizados em áreas confirmadas de focos de larvas do mosquito Aedes Aegypti.
Idarlene salienta que a maior preocupação neste momento é com os terrenos baldios,que estão sujos e servem de criadouros para o mosquito, além da falta de conscientização das pessoas. “Afinal, por mais que se oriente, a maioria das pessoas não tem cuidado com a limpeza e nem com caixas d’água, calhas e outros depósitos de água limpa e parada em seus quintais”, lamenta.
Em São João Batista, além da intensificação dos trabalhos do Programa de Controle da Dengue, com inspeção de armadilhas, pontos estratégicos, vistoria de locais suspeitos, a Secretaria da Saúde também tem utilizado as mídias para alertar e solicitar apoio da população.
“Nossa principal preocupação é que o município se torne infestado pelo mosquito e que aumentem o número de casos positivos de Dengue, já que é uma realidade de muitas cidades catarinenses, inclusive próximas a São João Batista”, diz.
Canelinha tem casos suspeitos
Segundo a Secretaria de Saúde de Canelinha, até o momento não há nenhum foco do mosquito. Entretanto, neste ano já foram registrados três casos suspeitos de dengue, sendo dois descartados e um aguarda resultado, pois foi coletado na segunda-feira, 20.
Para combater o mosquito, o município conta com o Programa da Dengue, que funciona com um agente de combate a endemias. São realizadas visitas em armadilhas e pontos estratégicos distribuídos pelo município, além de pesquisa vetorial especial no domicílio e vizinhança de casos suspeitos.
Além disso, a pasta sempre orienta a população sobre a prevenção e para evitar deixar água parada por meio de divulgação nas redes sociais, pelos agentes comunitários de saúde, mídias e programa saúde na escola.
Se tem foco, tem mosquito
A secretária Karin explica que o foco é a presença da larva ou pupa do mosquito Aedes aegypti em um depósito com água. Então, a existência de focos significa que, muito provavelmente, há a presença desse mosquito no município.
Desta forma, se o mosquito se estiver contaminado com o vírus da Dengue poderá transmitir a doença à população.
“Quero aproveitar para fazer um apelo à população para ajudar no combate e a deixar o Agente de Combate a Endemias entrar nas residências”, finaliza.