Ter empatia é para poucos. Quantas pessoas você vê na rua ajudando alguém a atravessar uma faixa de pedestre? Ou respeitando uma fila preferencial ou até mesmo uma vaga de estacionamento para deficientes?
A verdade é que tem gente que acha que nunca vai passar por nenhuma situação assim, portanto, nem cogita como é estar no lugar de quem está nela. Tem gente que pensa que pode tudo e não tem a menor noção de como é medíocre ser assim.
Desde quando é necessário viver uma situação para conseguir entendê-la e respeitá-la? Vivemos em uma era onde os bons costumes estão perdendo lugar para péssimos hábitos. No tempo em que meus avós eram vivos, haviam falhas em muitos aspectos, mas ao menos as pessoas sabiam respeitar mais. Fossem os filhos que respeitavam os pais, ou as crianças que respeitavam os professores, havia mais entendimento de como alguém deveria se portar.
Colocar-se no lugar do outro virou artigo de luxo nos dias atuais, pois o preço a ser pago pelo visto ninguém pensa em desembolsar. Talvez imaginem que não valha a pena. Tentar entender o próximo é tão complexo, que hoje em dia são poucos que sequer arriscam.
É muito mais fácil apontar o dedo, cochichar pelas costas, fofocar com o vizinho, do que realmente compreender o que o outro vive. Ter empatia é por vezes cansativo, é mesmo desgastante; carregar o peso e a responsabilidade de que não é porque não vivemos as vidas alheias, que temos que só visualizar a nossa como a única no planeta. Por que não é. Não estamos tão sozinhos assim e, no fim das contas, estamos juntos no mesmo barco.
Todos merecem receber um olhar mais delicado diante dos acontecimentos da sua história. Afinal, agora você está de um lado, mas amanhã pode estar do outro. Quem muito julga, por incrível que pareça, um dia também será julgado.