D. Cleomar Raach – (IECLB – São João Batista)
Texto para reflexão: Jó 8.1-22
Até quando, Jó…suas palavras serão como vento forte? Será que Deus torceria a justiça?… Agora volte para Deus e ore ao todo poderoso. (vv. 2,3a, 5)
Em 31 de outubro de 1517, data que lembra a Reforma Protestante. Quando Martin Luther (Martinho Lutero) afixou as 95 Teses na porta da Igreja de Wittenberg na Alemanha. Nelas, questionou a prática da venda de indulgências e animou uma vida em arrependimento diário.
Associo a vida de Lutero à de Jó, que perdeu tudo o que tinha. Sua vida ficou desarrumada. Isso o cegou de tal modo que não via saída. Seus fortes clamores caíram no vazio. Deus parecia distante. A sua situação parece um reflexo da realidade social e econômica da época. Inquieto, Jó perguntava pela solidariedade divina e reclamava da falta de justiça. Ele é questionado por um dos amigos: “Até quando você vai falar assim? Será que Deus torceria a justiça”?
Com Lutero não foi muito diferente. Também ele estava em busca do Deus misericordioso que libertaria da consciência pesada. A pergunta pela justiça divina era fundamental para os reformadores da Igreja do século XVI. O apóstolo Paulo anunciou que “viverá aquele que, por meio da fé, é aceito por Deus” (Romanos 1.17). Segundo o apóstolo, a justiça divina não é mérito nem conquista humana, mas dádiva dos céus. O próprio Deus a distribui conforme a sua vontade. Não se trata de compensação motivada por piedade humana.
Livres da consciência, há esperança e liberdade. É possível seguir confiante na estrada da vida, servindo a Deus e ao próximo. O dia da reforma nos desafia: Ora mais e lamenta menos! Vamos, pois, juntos, colocar mãos à obra!
Oração: Obrigado, Deus, pela história que escreveste até hoje. Jó e os reformadores da Igreja foram protagonistas. Somos gratos pela liberdade e pela verdade que se manifestam através da tua palavra. Que o teu Evangelho nos oriente e nos motive ao serviço, em busca de vida nova e de transformação. Por Jesus Cristo nós oramos, na unidade do Espírito Santo. Amém.