As redes sociais ganharam mais força nas últimas semanas com a crise provocada pela pandemia do coronavírus. Para atrair os clientes que sumiram das ruas em isolamento social, os empreendedores precisaram se reinventar e trafegar mais pela internet. E, por meio do marketing digital, as vendas são realizadas e as entregas concretizadas.
O principal segmento que aproveitou do momento para atingir maior número de clientes durante este período foi o da alimentação, seja restaurantes, pizzarias, cafés, padarias, supermercados ou verdureiras. Com a liberação gradativa de serviços, nesta semana foi possível perceber outros segmentos do comércio também utilizarem as redes sociais para marcar presença e se relacionar com os clientes.
Antes mesmo da pandemia, a empresária Thaise Inácio, do Café Maria Gourmet já utilizava o Instagram, Facebook e WhatsApp para chamar a atenção dos internautas. Mas, agora, o atendimento por meio das redes sociais está sendo imprescindível.
Para auxiliar na tarefa, Thaise conta com uma ajudante. “Não temos agência, fizemos de forma amadora, mas diariamente postamos muitas fotos dos produtos, com imagens provocantes para chamar a atenção”, conta.
Além disso, para este momento delicado, a empresária revela que baixar os preços dos produtos e oferecer serviço de tele-entrega também foram opções encontradas para sustentar as vendas.
Dicas para engajar nas redes sociais
A publicitária Amábile Annyeli Trombelli, da ZHF Mídia Digital, informa que, com a pandemia, a comunicação das empresas com os clientes mudou. Algumas marcas, neste momento, não conseguem vender um produto, mas precisam estar conectados com o público.
Para as empresas que aderiram mais ao uso das redes sociais neste período, Amábile reforça a importância de manter uma comunicação com o público, por exemplo, levando informações relevantes sobre o momento vivido. “Mas, mais do que isso, é importante ficar atento às informações dos órgãos oficiais e não compartilhar qualquer informação para evitar disseminação das Fakes News”, orienta.
A humanização também é uma das dicas repassadas pela publicitária. “As marcas precisam criar um relacionamento com o público, fazer com que ele conheça a marca, trazer informações do dia a dia da empresa, quem faz parte, cuidados com higienização. Mostrar o quanto a empresa está preocupada com toda essa situação”.
O auxílio de influenciadoras digitais da região também é uma boa oportunidade para a marca. “Muitas influencers têm feito parcerias para ajudar microempreendedores a engajar e alcançar um maior público. Um ótimo caminho a ser seguido neste momento”, informa Amábile.
Produzir conteúdo para crianças também é uma ideia a ser trabalhada. Elas podem usar o tempo livre em casa, para se dedicarem a desafios interessantes, com desenhos, vídeos, entre outras atividades lúdicas.
“Para um de nossos clientes que trabalha com calçados infantis, fizemos um desafio nos stories do Instagram e tem dado um resultado muito interessante. Até porque não adianta querer neste momento se posicionar e não fazer nada para ajudar as pessoas, pois o que esperam é o envolvimento das empresas no combate à pandemia”, acrescenta.
A publicitária ressalta que é preciso pensar em uma comunicação positiva. “Esse é o momento de transmitir energia positiva”.
E-commerce ganha força
Apesar das pessoas estarem mais tempo conectados na internet, o isolamento social tem atrapalhado as vendas para algumas empresas. A publicitária Amábile conta que neste momento, a agência ZHF também precisou fazer um esforço a mais para manter os clientes. “Estendemos horários para conseguirmos entregar mais conteúdo e fazer com que os clientes se conectem com seu público, mesmo sem a intenção de vender o produto neste momento, mas entregar um conteúdo informativo e relevante para engajar de alguma maneira”, explica.
Ela ressalta que o e-commerce ganhou muita força durante esse período da pandemia, e é a hora das pessoas que têm o desejo de ter uma loja virtual, alavancar os negócios. “Tem pessoas que estavam com um projeto em andamento, e querem lançar agora, até porque as pessoas estão mais em casa e com celular nas mãos o tempo todo. Temos relato de clientes de e-commerce que dobraram faturamento nessas últimas semanas”, conta.
Com um e-commerce, Amábile ressalta que é a garantia da marca se manter ativa, caso haja uma instabilidade nas redes sociais, por exemplo. “Em um site próprio, a empresa pode criar seu conteúdo para atrair o público, sem ficar refém do Instagram ou Facebook”, destaca.
Cursos online
O Sebrae disponibilizou em seu site dois cursos para ajudar os microempreendedores a alavancarem os negócios na internet. Um deles é específico de “Marketing Digital para o empreendedor”, com carga horária de duas horas. Já o outro é “Como vender pela Internet”, com carga horária de quatro horas.
Os cursos são gratuitos e podem ser encontrados na plataforma do Sebrae, em cursos online.