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Início » Artigo » PARÓDIA: Os Milagreiros de Nova Trento

PARÓDIA: Os Milagreiros de Nova Trento

PARÓDIA: Os Milagreiros de Nova Trento

Por Redação Correio Catarinense
17 de outubro de 2021

Dr.Wilian Duarte da Silva

Quando criança, ouvia dizer que a cidade de Nova Trento, era uma terra santa e de milagreiros.  Todo Vale do Rio Tijucas, se dirigia para lá, em busca de proteção e as vezes levavam doentes para serem curados.  Falavam também que a suntuosidade dos milagres estava no Vaticano. E, a Terra Santa de Jerusalém e Belém, os milagres aconteciam, para quem as visitasse, levando muito dinheiro.

Eu, na minha infantilidade, ingenuidade, garoto simples do interior, cheio de crendices, seguia imaginando o poder milagroso dos neotrentinos.  Pensava, são os donos do céu e da terra. Só o fato de serem chamados de milagreiros, colocava-os na seara Divina. Ademais, pobre e sem dinheiro, jamais poderia viajar para terras distantes, da Europa e Oriente, a procura de possíveis recursos, de ordem espiritual. Nem em pensamento.

Fiquei na minha cidadezinha interiorana, pertinho dos miraculosos vizinhos que detinham os mesmos poderes divinos. Pensava, junto deles, serei protegido de malfeitores, “justiceiros”, que por ventura, quisessem me prejudicar. No meu íntimo, até onde a percepção permitia, me considerava feliz. Queria sim, estar próximo dos predestinados, dos escolhidos milagreiros da Corte Divina, jamais, dos deuses do panteão grego do monte Olimpo. Na minha cabeça, não cabia as injustiças desses deuses que formavam a Suprema Coorte Terrena, de homens ingratos.

Não gostava de confundir uma da outra, até porque, os homens da divindade olímpica, perseguiam, prendiam pessoas sem serem julgadas. Cometiam injustiças gritantes, ao arrepio da lei. Não, não queria ficar perto desses deuses mortais. Considerados “justiceiros”, moravam e trabalhavam em palácios, com todas as mordomias, onde seus filhos e amigos gozavam de privilégios. Ali passavam os dias, se alimentavam do bom e do melhor, se divertiam e se relacionavam. Tudo pago, com impostos dos sacrificados súditos, que vezes, não tinham o que comer.

Cheguei a ficar cético, ao saber que prendiam jornalistas, advogados com mais de 80 anos de idade. E pior, caçavam caminhoneiros até no exterior, por divergirem de suas ideologias, ou não comungassem de seus pensamentos. Pessoas inocentes, coitadas. Entre eles, havia um sem cabelos, para não dizer careca, capiroto, que caçava seus desafetos até nas profundezas do fogo infernal. Usavam capa preta é verdade, mas nada, lhes tiravam as imagens de bem afeiçoados. Teve momentos que fiquei assustado, receoso dessas perseguições. Procurava o anonimato com medo de algum safado me dedar injustamente, por ato que não cometi, mesmo morando longe.

Me sentia contente, em contar com a ajuda dos milagreiros vizinhos. Fiquei amigos deles, estava sempre por lá, levava presentes, agradava-os da melhor maneira possível, na intenção de receber socorro, caso precisasse. Teve dias que trabalhei de graça, para me tornar conhecido e confiante.  Agradeço o pai dos pobres, por nunca necessitar. Me dava calafrios de estremecer as costelas do corpo, só em pensar no cometimento de qualquer desatino. Sabia que por minutos, caminhando a pé, chegava na terra santa dos miraculosos vizinhos. Não queria molestar e ser molestado, ainda mais, por membros dessa turba de grecianos, que comiam e bebiam adoidados. Enquanto eu me sentia farto comendo pirão com arroz, no dia a dia, eles se deliciavam com iguarias riquíssimas, lagostas e vinhos finos de 50 anos. Importados da Europa.

Chegaram a me dizer que havia adega especializada, com bebidas finíssimas de países que nem nunca ouvi falar, entre tantas, whiskys escocêses, de 120 anos.  Nutricionistas, bem remuneradas, preparavam comidas requintadas a gosto de cada membro. Só aceitavam gêneros degustáveis importados, com selo de primeira qualidade. Nesses comes e bebes, de regalias e privilégios, participavam familiares e amigos, e também os filhos dos amigos. Diziam, tratar-se de altas festas, regadas com frutas indianas, norueguesas e de outras nacionalidades. Este caso, não me foi relatado especificamente, mas acrescentei pelas evidências dos fatos.

Comentaram ainda, que cada membro, dispunha de um costureiro ou alfaiate veludinho, para ajustar as vestes pretas, chamadas de togas. Tudo pago a peso de ouro. Tive vontade de ir embora, para qualquer país descente. Me afastar temporariamente da minha cidadezinha. Vontade tive, mas não tinha dinheiro, daí me sujeitava a suportar as falácias sobre esses injusticeiros. Lembrava-me do povo greciano castigado, que pagava essas despesas, com coração apertado, cheio de indignação.

Estabeleciam regras, leis, sem ouvir qualquer pessoa, a não ser alguns representantes vendilhões, que os súditos desejavam escorraçar do poder. Passaram a desobedecer importante documento, escrito há muito tempo, que expressava a liberdade do povo, e outras liberalidades, sobre o qual, deveriam ater-se. Chamada em latim de “constitutione” ou “carta magna” que regia também, os destinos do Império.

Os patrícios desorientados, esbravejavam, batiam pé e com razão. Pouco adiantava, não davam ouvido. Tinha vontade de ajuda-los, mas de que forma? Recorrer para os milagreiros da cidade vizinha de Nova Trento, era complicado, tomara cuidar de mim. Apelar para as suntuosidades superiores do Vaticano ou da Terra Santa de Jerusalém e Belém, pior ainda, além de estressante e muito longe, dependia de muito dinheiro. Não tinha um centésimo de dracma para dar a um pobre desventurado, quanto mais alçar e custear despesas fabulosas das Santidades Milagreiras Superiores.  Nem pensar.

Nessas altercações criadas por “magníficos” da Corte, os súditos não podiam dar opinião. Era estarrecedor. Os chamados imortais, viviam afastados da população, com medo de serem apoquentados, e até agredidos.

Para me deixar mais nervoso, apareceu um impostor, próximo da minha casa, e passou a contar que o pessoal da Excelsa Coorte Terrena era pior que os fariseus que peitaram Jesus Crista, há dois mil anos. Saí da conversa indignado, com vontade de expulsar o safado futriqueiro. Considerava uma blasfêmia, citar o nome do Rei dos cristãos e dos milagreiros da vizinha cidade. Achei o caso, falta de educação, se assim posso dizer e, desconsideração comigo, por ser um homem respeitoso, seguidor da doutrina cristã. Confesso que fiquei enojado, não gostei da conversa do embusteiro calhorda. Pensei com meus botões, jamais darei ouvido a conversas sobre esses deuses encapados, de capa preta.

Diante de tantos e temerários fuxicos, mais e mais, meu coração palpitava, receoso, por algum infortúnio que pudesse ter cometido ao longo da vida.  Verdadeiramente tinha conhecimento, que em épocas remotas, líderes desses bruxos terrenos, simbolizavam, raios, trovões e relâmpagos. Era assustador. Teve noite que cheguei a pensar diferente do que havia dito, voltar atrás, e denunciar essas perseguições aos celestiais obrantes da vizinha cidade. Só para eles, mas fiquei com medo, de alguém escondido nos murais do reino visse, e me acusasse injustamente, pedindo segredo de justiça. Resolvi então, me afastar definitivamente de comentários claudicantes à cerca da temível Suprema Coorte Terrena. Acertei.

Hoje, no meu canto, seguro, tranquilo, esqueci as mazelas e nuances das divindades do Olimpo.  Vejo que os milagreiros da vizinha cidade, tinham razão. Queriam estar afastados desses desacertos jurídicos dos arautos da “justiça” e longe dos pregoeiros, do quanto pior melhor. Queriam sim, ficar no Céu dos Imortais, distanciados das intrigas terrenas, para continuarem na graça Divina.

Calados.

Até o próximo encontro.

Florianópolis, em 28 de setembro de 2021.

 

 

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