Rayssa Coelho Deonisio (1º ano E.M.)
Desde o tempo em que italianos se consolidaram como povoadores do interior de São João Batista, muitos deles acabaram praticando a cultura do tabaco para consumo, e também para prosperarem em seus negócios.
Os colonos costumavam plantar o fumo ao redor de suas casas. Quando era hora da colheita, colhiam as folhas mais maduras e de mais alta qualidade. Pegavam as folhas, de duas em duas, ou de três em três. Deixavam estas amarradas esperando murcharem, depois tiravam o talo do meio da folha. Após recolherem tudo, enrolavam o fumo para ficar igual a uma corda com uma espessura equivalente a um dedo grosso. Quando a corda estivesse com dez metros amarravam uma ponta a outra, como se fosse uma corda de varal. Depois deixavam por um dia, até que as folhas começassem a cortar o “mel”. Quando a corda de fumo estava bem escura, enrolavam em um pau. E todo dia pela manhã viravam o pau para cima, e à tarde viravam para baixo, para que aquele “mel” não corresse ao chão. Se aquele “mel” ficar lacrado no rolo, o fumo está pronto para o consumo. O “mel” faz desaparecer a folha, deixando aparente a massa. Assim é feito o chamado fumo de corda.
Depois de pronto, vendiam a maioria, mas deixavam alguns para o próprio uso. Quando os italianos alcançavam o fumo que consideravam bom, iam até a casa de amigos para confraternizar. Os homens picavam o fumo e enrolavam na palha de milho para fumar. Mulheres mais velhas cortavam um rolinho deste fumo, e colocavam no canto da boca para mascar, depois saíam cuspindo o “caldo”. Outras cortavam bem fininho o rolinho de fumo e colocavam perto do fogo. Quando estava bem torrado faziam um pó, colocavam em uma palha de milho bem grossa e cheiravam bem forte. Chamavam isso de cheirar rapé. Havia uma música desse tempo de Colônia, que cantavam assim: “Se essa mulher não deixar de ser teimosa, e não perder o vício de cheirar rapé, eu caso com a filha e despacho a velha, que vai direto para o inferno se Deus quiser”.