Raiane Angeli (3º ano E.M.)
No passado, não existia uma ponte que facilitasse a passagem pelo rio Tijucas, que cruza as terras da antiga Colônia. Balsas e barcos eram o meio mais conhecido de transporte da época pelo rio e entre as duas margens.
Antônio e José faziam o mesmo caminho todos os dias para transportar madeiras em uma pequena balsa, já muito velha para o serviço pesado. Era um trabalho que exigia muito esforço físico dos dois, mas que, graças ao bom humor de José, era transcorrido com muito entusiasmo.
Até então, tudo ocorrera muito bem. Como de costume, certo dia foram até o local correto, colocaram todas as enormes toras de madeiras na balsa e, satisfeitos, seguiram viagem pelo rio. Na noite anterior, dona Maria, mãe de Antônio, havia lhes dito que vira muitas nuvens no céu e que era provável que uma grande tempestade se aproximasse do bairro. Ela não estava enganada.
Assim que faltavam alguns quilômetros para chegarem em casa, como fora profetizado por dona Maria, uma forte chuva deu início e os dois rapazes se viram desesperados. Um dos motivos era que nunca haviam visto uma tempestade tão forte como aquela, o outro, porém, era preciso muita força para enfrentá-la.
As madeiras, cujos jovens presumiram estarem bem presas, começaram a se soltar e a correrem pela balsa pequena demais. Antônio e José tentavam controlá-las e ao mesmo tempo comandar a balsa, mas não tinha jeito. Em um ato falho e, talvez, de pouca sorte, a pequena embarcação ameaçou virar e todas as madeiras correram em direção a José, o acertando em cheio.
Naquele tempo era muito complicado pedir por ajuda, ainda mais em um local tão isolado como o que os dois se encontravam. Antônio ficou desolado e passou anos em luto pelo melhor amigo e companheiro de trabalho.
Todos os moradores mais velhos do bairro contam sobre a história da balsa e sobre José, o jovem que teve uma morte triste e injusta em meio a uma das tempestades mais cruéis que atingiram a Colônia Nova Itália.